Distinção Entre Variedades da Língua Portuguesa Seja bem-vindo Distinção Entre Variedades da Língua Portuguesa Este questionário é composto somente com questões envolvendo o assunto "Distinção Entre Variedades da Língua Portuguesa". Ao término será apresentado seu resultado e outras informações importantes. Nome "Todas as variedades linguísticas são estruturadas e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação." Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado. A partir da leitura do texto, podemos inferir que uma língua é: conjunto de variedades linguísticas, dentre as quais uma alcança maior valor social e passa a ser considerada exemplar. sistema que não admite nenhum tipo de variação linguística, sob pena de empobrecimento do léxico. a modalidade oral alcança maior prestígio social, pois é o resultado das adaptações linguísticas produzidas pelos falantes. A língua padrão deve ser preservada na modalidade oral e escrita, pois toda modificação é prejudicial a um sistema linguístico. Apesar de uma variação linguística ser sempre prejudicial, nunca será possível evitá-la. Nenhum Enem 2013 (Variações linguísticas no Enem) Até quando? Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão Virar a cara pra não ver Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer! GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento). As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet. cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas. tom de diálogo, pela recorrência de gírias. espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial. originalidade, pela concisão da linguagem. Nenhum Enem 2012 (Variações linguísticas no Enem) Texto I Antigamente Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco. ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983 (fragmento).Texto IIFIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado). Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano. o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu. a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal. o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente. o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada. Nenhum Contudo, a divergência está no fato de existirem pessoas que possuem um grau de escolaridade mais elevado e com um poder aquisitivo maior que consideram um determinado modo de falar como o “correto”, não levando em consideração essas variações que ocorrem na língua. Porém, o senso linguístico diz que não há variação superior à outra, e isso acontece pelo “fato de no Brasil o português ser a língua da imensa maioria da população não implica automaticamente que esse português seja um bloco compacto coeso e homogêneo”. (BAGNO, 1999, p. 18) Sobre o fragmento do texto de Marcos Bagno, podemos inferir, exceto: A língua deve ser preservada e utilizada como um instrumento de opressão. Quem estudou mais define os padrões linguísticos, analisando assim o que é correto e o que deve ser evitado na língua. As variações linguísticas são próprias da língua e estão alicerçadas nas diversas intenções comunicacionais. A variedade linguística é um importante elemento de inclusão, além de instrumento de afirmação da identidade de alguns grupos sociais. O aprendizado da língua portuguesa não deve estar restrito ao ensino das regras. Segundo Bagno, não podemos afirmar que exista um tipo de variante que possa ser considerada superior à outra, já que todas possuem funções dentro de um determinado grupo social. Nenhum ENEM 2016 De domingo — Outrossim?— O quê?— O que o quê?— O que você disse.— Outrossim?—É.— O que que tem?—Nada. Só achei engraçado.— Não vejo a graça.— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.— Ah, não é.Aliás, eu só uso domingo.— Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.— Não. Palavra de segunda-feira é óbice.— “Ônus.— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.— “Resquício” é de domingo.— Não, não. Segunda. No máximo terça.— Mas “outrossim”, francamente…— Qual o problema?— Retira o “outrossim”.— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”. (VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: LP&M, 1996). No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o (a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana. tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais. caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais. distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados poucos conhecidos. inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um dos interlocutores do diálogo. Nenhum ENEM 2016Texto I Entrevistadora — Eu vou conversar aqui com a professora A.D. … O português então não é uma língua difícil? Professora — Olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se você se apaixona pela língua que você… já domina… que você já fala ao chegar na escola se teu professor cativa você a ler obras da literatura… obra da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é… a livros didáticos… a… livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais. Texto II Professora — Não, se você parte do princípio que língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais. (MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001) O texto I é a transcrição de entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos apresentam ocorrências de hesitações e reformulações. são modelos de emprego de regras gramaticais. são exemplos de uso não planejado da língua. apresentam marcas da linguagem literária. são amostras do português culto urbano. Nenhum ENEM 2016Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio. (COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento) No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um (a) contexto sócio-histórico. diversidade técnica. descoberta geográfica. apropriação religiosa. contraste cultural. Nenhum ENEM 2016PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra. BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você. EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele. BENONA: Mas, Eurico, nós lhe devemos certas atenções. EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado da verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção. (SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olimpyio, 2013) Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui para marcar a classe social das personagens. caracterizar usos linguísticos de uma região. enfatizar a relação familiar entre as personagens. sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens. Nenhum As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-la às variadas situações de comunicação. Uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem oral informal usada entre o avô e o neto neste texto é a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”. a ausência de artigo antes da palavra “árvore”. o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”. o emprego da contração “desse” em lugar de “de esse”. a utilização do pronome “que” em lugar de frase exclamativa. Nenhum S.O.S PORTUGUÊS Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa do que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº 231, abr. 2010 (fragmento adaptado) O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se as marcas linguísticas próprias do uso regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil. literário, pela conformidade com as normas da gramática. técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. coloquial, por meio de registro de informalidade. oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade. Nenhum Time's up