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Figuras de linguagem

As figuras de linguagem são muito comuns na literatura e podem ser alvo de questionamento no concurso, pensando nisso, elaboramos uma relação com exemplos desses recursos, separamos conforme sua classificação e funcionalidade.

Após estudar e relembrar estas importantes informações para a prova você assinante terá a oportunidade de realizar um teste que e verificar seu aprendizado. Caso seu desempenho não seja muito satisfatório você poderá refazer o teste quantas vezes desejar.

As figuras de linguagem recebem uma classificação conforme segue,
figuras de semelhança;
figuras de contiguidade;
figuras de oposição;
figuras de tensividade;
figuras de repetição;
figuras sintáticas ou de construção;
Então, está preparado? Vamos ver cada uma delas agora!

Figuras de semelhança
Podemos chamar de figuras de semelhança as seguintes figuras de linguagem:

1. Metáfora
É uma relação de semelhança entre a palavra e o que ela representa.
Exemplo:
Eu estou sempre dando murro em ponta de faca.
Eu carrego o mundo nos meus ombros.
Os jogadores já estão preparados e estão neste lindo tapete verde.
Você pode voar muito mais alto.
Ela tem um coração de gelo.
Hoje eu estou com uma fome de leão.

2. Comparação
É como uma metáfora, mas existe um conectivo que deixa essa relação comparativa explícita.
Exemplo:
O Século é como a luz.
Essa garotinha é linda como uma princesa.

3. Antonomásia
É a substituição de uma palavra por alguma que se refere a uma característica particular dela, permitindo a sua identificação com facilidade. É um tipo de metonímia.
Exemplos:
Filho de Deus (Jesus Cristo), Terra da Garoa (São Paulo), Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro).
“O seminário de segunda-feira será sobre o ‘poeta dos escravos’.”
“O repórter de Canudos” – Euclides da Cunha.
“O engenheiro da palavra” – João Cabral de Melo Neto.
“O rei do cangaço” – Lampião.
“O rei do pop” – Michael Jackson.
“O rei do futebol” – Pelé.
“O Rei” – Roberto Carlos.

4. Personificação (prosopopeia)
Dá características de pessoas a elementos não humanos, como objetos, plantas e animais. A personificação também é como se fosse uma metáfora, mas a qualidade é especificamente humana.
Exemplo:
Árvores se abraçam.
Hoje até o sol está mais feliz.
Essa geladeira já está cansada de trabalhar.

5. Catacrese
É um termo que existe devido à falta de uma palavra específica para nomear algo. Assim, é utilizado um substantivo que já representa outra coisa. A catacrese já é utilizada na linguagem coloquial e não é uma invenção do autor.
Exemplo:
Pé da mesa,
pé de alface,
Braço da cadeira.

6. Sinestesia
É quando sentidos diferentes atuam ao mesmo tempo.
Exemplo:
Despertara-a um grito áspero, vira de perto a realidade (…). Neste trecho do livro Vidas Secas, “grito” se refere à audição e “áspero” se relaciona com o tato.

7. Onomatopeia
É um processo para formar palavras que tentam reproduzir determinado som.
Exemplo:
Miau,
Dim-dom.

Figuras de contiguidade
Contiguidade é o mesmo que proximidade.
As figuras de contiguidade substituem um elemento por outro porque eles são próximos, esse recurso muitas vezes é necessário em redação para evitar repetição de um mesmo termo várias vezes.

8. Metonímia
É o uso de uma palavra para representar algo muito próximo a ela. Acontece, por exemplo, quando o nome de uma marca representa o produto, quando a causa se refere ao efeito, ou quando uma parte substitui o conjunto todo.
Exemplos:
O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. (Drummond)
Tomei um nescau. A marca representa o produto

Figuras de oposição
As figuras de oposição relacionam elementos divergentes, com significados distintos. Ao realizar a interpretação, entendemos que as palavras têm significado figurado, ou seja, não literal.

9. Paradoxo
O paradoxo cria uma mensagem que parece absurda. Relaciona características opostas de maneira simultânea.
Exemplo:
Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. (Guimarães Rosa – A terceira margem do rio)

10. Ironia
É quanto há um contraste entre o que está escrito (ou é falado) e a mensagem que o interlocutor quer transmitir.

11. Antítese
É uma relação que explora contrastes, mas sem a contradição presente no paradoxo.
Exemplo:
Os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais (Drummond – Nova reunião)

Figuras de tensividade

12. Eufemismo
Transforma uma mensagem desagradável em algo mais suave.
Exemplo:
Ele não está mais entre nós.

13. Gradação
É uma transformação gradual, de forma crescente ou decrescente.
Exemplo:
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada (Gregório de Matos – Soneto a Maria de Povos)

14. Hipérbole
É relacionada com o exagero.
Exemplo:
Estou morrendo de frio.

Figuras de repetição
Anáfora, polissíndeto e quiasmo repetem palavras. O pleonasmo repete a ideia.

15. Pleonasmo
É quando uma ideia implícita em outra palavra é repetida para reforçá-la.
Exemplo:
Vamos fugir pra outro lugar, baby. (Gilberto Gil – Vamos fugir) “Fugir” significa sair de um lugar em direção a outro.

16. Anáfora
É a repetição regular de uma palavra.
Exemplo:
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse,
se você morresse… (Drummond – E agora, José?)

17. Polissíndeto
É a repetição de uma conjunção. Saiba mais sobre conjunções nesta aula.
Exemplo:
Ou estuda, ou trabalha, ou tem vida social, ou tem saúde.

18. Quiasmo
O quiasmo é uma repetição cruzada. O som “qui” (de “quiasmo”) pode ser relacionado com um “X” (representando uma cruz).
Exemplo:
E estudava, e trabalhava, e trabalhava e estudava.

Figuras sintáticas ou de construção

19. Silepse
É quando há concordância verbal ou nominal com a ideia, mas não com a palavra
Exemplo:
A gente é novo. “Gente” é substantivo feminino e “novo” é adjetivo masculino.

20. Hipérbato
É quando a oração não está na ordem direta para produzir um efeito de sentido. Estude os efeitos das orações em ordem direta e indireta nesta aula.
Exemplo:
Estudavam anteriormente com enciclopédias os alunos.

21. Elipse
É quando algum termo da oração é oculto, mas dá para saber qual palavra é através do contexto
Exemplo: Fiz uma redação hoje. O pronome “eu” está oculto.

22. Zeugma
É um recurso que omite um termo que já foi mencionado antes na oração. É como se fosse uma elipse.
Exemplo:
Ele gosta de Biologia, eu de Geografia. O verbo “gostar” apareceu antes e está oculto.

23. Assíndeto
É uma omissão (parecida com uma elipse), porém é exclusiva para conectivos e conjunções.
Exemplo:
Acordei, comi, estudei, dormi. Não há a conjunção “e” para unir as duas últimas orações.

24. Aliteração
É utilizar, consecutivamente, palavras com consoantes que produzem sons parecidos. O resultado é um trava-língua.
Exemplo:
O rato roeu a roupa do rei de Roma.

25. Assonância
A assonância é muito parecida com a aliteração: é a repetição consecutiva de palavras com vogais tônicas. O recurso de linguagem é muito comum na poesia simbolista.
Exemplo:
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras. (Cruz e Souza – Antífona)

26. Anacoluto
A estrutura sintática da frase é interrompida por algum elemento “solto”. O recurso faz a linguagem escrita se parecer com a linguagem oral, dando espontaneidade à mensagem.
Alguns teóricos consideram o anacoluto um erro de sintaxe (Gramática). Por isso, ele deve ser interpretado no contexto. A figura é frequente em obras como Vidas Secas, que possuem diálogos muito próximos à linguagem do dia-a-dia. Esta obra esta entre as que podem ser cobradas no concurso CSTAPM conforme o último edital de 2018.
Exemplos:
Eu, toda vez que chego, você me chama pra conversar.
Esse chapéu que está na moda, você que gosta de chapéu devia comprar um.

E aí, gostou?
Que tal realizar um teste agora? Vamos lá!

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