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E o Nobel da Paz 2019 vai para…

E o Nobel da Paz 2019 vai para...

Abiy Ahmed Ali

O ganhador do Nobel da Paz de 2019 nasceu em uma família muito pobre, em Zona Jima, no sul da Etiópia, em 1976. É filho de pai muçulmano Oromo e mãe cristã Amhara.
Ingressou na política em 2010, como membro da Organização Democrática do Povo de Oromo.
Após, foi eleito membro do parlamento. Época em que ocorreram fortes disputas entre católicos e muçulmanos e, foi dele, a iniciativa de criar o “Fórum Religioso pela Paz”, que se mostrou ser uma solução duradoura para o problema.
Assumiu o cargo de premiê da Etiópia em abril de 2018 e introduziu reformas liberalizantes, que tiveram forte impacto no país.
Libertou da prisão milhares de ativistas da oposição e permitiu que dissidentes exilados retornassem ao país.
Em julho de 2018 assinou o acordo de paz com a Eritreia.

O prêmio e seu significado

Esse foi o 100º Nobel da Paz e seu vencedor é considerado peça fundamental para o fim do conflito que há 20 existia entre seu país e a Eritreia, no leste da África.
Abiy Ahmed Ali, ganhou o Nobel da Paz 2019 devido a sua iniciativa decisiva para resolver o conflito de fronteira com a vizinha Eritreia.
O primeiro ministro etíope tem 43 anos e contou com a cooperação do presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, para, rapidamente, elaborar os princípios de um acordo que acaba com o impasse entre os dois países. Esse tratado colocou fim a 20 anos de uma guerra que vitimou mais de 80 mil pessoas.
Abiy Ahmed buscou a reconciliação, a solidariedade e a justiça social. Deu início a importantes reformas que possibilita aos cidadãos a esperança de uma vida melhor.
O Comitê do Nobel reconheceu também a participação do presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, destacando seus atos.
De acordo com o gabinete de Abiy o prêmio é um testemunho “dos ideais de unidade, cooperação e convivência mútua que o primeiro-ministro sempre defende”. O governo etíope disse que o país está orgulhoso pelo prêmio.
O país ainda enfrenta uma onda de violência entre grupos e esse clima violento aumenta devido à proximidade das eleições legislativas, que devem ocorrer em maio de 2020.

Sobre o Conflito Etiópia x Eritreia

Em 1993 a Eritreia se tornou independente da Etiópia. Isaias Afwerki é seu presidente desde então.
Afwerki controla o país com mão de ferro era primo de Meles Zenawi, que na época era premiê etíope. Ambos tinham boa relação até que, cinco anos depois, as duas nações entraram em confronto por questões fronteiriças.
Entre 1998 e 2000 os dois países travaram uma guerra que vitimou mais de 80 mil pessoas.
A mídia local apelidou o confronto de “guerra louca”.
De acordo com a CNN, além das vidas perdidas, as duas nações investiram muitos recursos em um conflito sem importância estratégica para nenhum dos lados.
Em 2000 um acordo de paz foi assinado, no entanto não foi respeitado.
Em 2002, houve a recusa da Etiópia em aceitar uma proposta de uma comissão independente, liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo era a demarcação da fronteira entre os dois países, desse modo se manteve o atrito entre as nações.
Meles morreu em agosto de 2012, aparentemente, a morte do premiê etíope contribuiu com a futura resolução do conflito.
O acordo que restabelecia as relações diplomáticas entre os dois países foi assinado em 9 de julho de 2018, por Abiy Ahmed Ali e Isaias Afwerki.
A contar dessa época o comércio, os transportes e as telecomunicações entre os dois países foram retomados.

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