Os primeiros anos do governo de Ben Ali não foi de repressão, pelo contrário, ele prometeu a abertura do sistema político, legalizou os partidos políticos da oposição e organizou eleições no ano de 1991. Pouco tempo depois, no entanto, ele promoveu uma dura repressão a qualquer tipo de dissidência.

Nos 23 anos que permaneceu no poder houve muita corrupção, inclusive transformando sua família em uma das principais fortunas do país. O crescimento econômico, que se baseava sobretudo na expansão do turismo, distribuiu-se de forma muito desigual. As regiões pobres do centro do país, onde a falta de infraestrutura condenava a juventude ao desemprego ou à migração. Foi nessa região onde o desejo de revolução surgiu, depois da autoimolação de Mohamed Buazizi, um jovem vendedor ambulante de frutas e verduras, revoltado com o confisco de seu carrinho pelas autoridades.

Após a fuga de Ben Ali, ele foi condenado, à revelia, a 35 anos de prisão por crimes de corrupção e tortura, a 20 anos por incitação ao homicídio e peculato. No julgamento das acusações mais graves, foi considerado cúmplice na morte de pelo menos 338 pessoas através das forças de segurança durante a revolução, sendo condenado à prisão perpétua.

Quando foi noticiado seu estado de saúde delicado, houve na Tunísia um debate sobre a conveniência de permitir seu enterro no país. No entanto, Ben Ali manifestou desejo de ser sepultado na Arábia Saudita.