O movimento mobilizou 35 mil homens pelos paulistas, contra 100 mil soldados de Vargas
Terça-feira, 9 de julho foi feriado, você folgou né?
Bom, folgar é bom, mas vamos relembrar as razões dessa que fizeram com que houvesse esse feriado?
Afinal, é bem provável uma questãozinha sobre esse assunto, né?
O evento histórico que vamos relembrar mobilizou 35 mil homens por São Paulo.
É considerado um dos maiores movimentos armados da história do Brasil.
Motivação
Na República Velha formou-se a aliança entre São Paulo e Minas Gerais, os dois estados mais ricos do país. Havia a alternância de representantes desses estados na presidência do Brasil. Fato conhecido como a “política do café com leite”.
Em 1930, Washington Luís, representante dos paulistas, indica o governador de São Paulo, Júlio Prestes, como seu sucessor, Júlio vence as eleições e a aliança com os mineiros esta rompida.
As oligarquias mineiras não aceitam o resultado e, por meio de um golpe de estado articulado com os estados do Rio Grande do Sul e da Paraíba, colocam Getúlio Vargas no poder.
O novo presidente fecha o Congresso Nacional, anula a Constituição de 1891 e depõe governadores de diversos estados, e nomeia interventores.
As elites paulistas tradicionais não gostam das medidas colocadas em prática pelo novo governo.
Esses grupos eram ligados ao Partido Republicano Paulista (PRP) e haviam sido derrotados pela revolução de 1930, passam a trabalhar em oposição ao governo de Getúlio.
Em 1931, os paulistas passam a exigir do governo uma constituição que definisse regras para o país, Getúlio Vargas adiava a criação dessa constituição, era exigido também eleições gerais para presidente da república.
Nesse período o grupo conhecido como Tenentistas fortalecia-se em São Paulo, apesar do nome o grupo também era composto por civis que eram liderados pelos militares. Esse grupo apoiava as ações do governo de Vargas, reunia-se no Clube Três de Outubro. Nas ruas de São Paulo ocorreu brigas entre os estudantes do Largo São Francisco e os Tenentistas.
MMDC
Em 23 de maio, ocorreu uma dessas brigas que resultou na morte de alguns estudantes em praça pública, dando origem à famosa sigla MMDC (sigla das iniciais: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).
Começa a Revolução
Esse fato, ou seja, essas mortes foram o estopim para que no dia 9 de julho de 1932 a Revolução Constitucionalista se iniciasse.
O movimento contou com a ajuda dos meios de comunicação em massa, ganhou apoio popular, todas as camadas sociais de São Paulo participando do movimento industriais, fazendeiros, comerciantes, operários e muitos intelectuais de classe média e mobilizou cerca de 35 mil homens pelo lado dos paulistas, Vargas possuía 100 mil soldados. Embora houvesse a possibilidade de apoio de outros estados para São Paulo, isto não ocorreu resultando no isolamento dos paulistas.
São Paulo perde a luta, mas muda a história
As batalhas duraram cerca de três meses, encerrando-se em 2 de outubro do mesmo ano, com a derrota militar dos constitucionalistas.
Apesar da derrota, considera-se que “Moralmente” o movimento foi vencedor, já que após o término do conflito, o governo federal convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição do Brasil em 1934.
Essa constituição previa, pela primeira vez no país, as mulheres participarem do processo eleitoral.
Alguns historiadores consideram que o termo “revolução” para o movimento constitucionalista não é muito adequado, pois desejava-se a normatização da legislação e do processo eleitoral, e não uma mudança no sentido de alteração das relações de poder. Alguns estudiosos do assunto entendem que o movimento é considerado conservador e até anti-revolucionário.